Os cuidados paliativos nos cuidados de saúde primários - O desafio para o século XXI

O acentuado envelhecimento populacional que se tem vindo a registar em Portugal coloca desafios ao nível dos cuidados no fim de vida, com reflexo nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) e nos médicos de família. Com o advento dos Cuidados Paliativos como área de especialização, foi-se progressivamente...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Hélder Aguiar
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2012-11-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
Online Access:https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10985
Description
Summary:O acentuado envelhecimento populacional que se tem vindo a registar em Portugal coloca desafios ao nível dos cuidados no fim de vida, com reflexo nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) e nos médicos de família. Com o advento dos Cuidados Paliativos como área de especialização, foi-se progressivamente adquirindo consciência que o envolvimento dos médicos de família e dos CSP é fundamental para que todos os doentes possam beneficiar deste tipo de cuidados. Existe evidência sólida que este factor é importante para possibilitar a morte no domicílio, o local preferido para a maioria dos europeus, incluindo portugueses. Portugal apresenta uma das mais destacadas taxas de morte em meio hospitalar a nível europeu, reflexo provável, também, do investimento escasso na capacitação dos CSP para o final de vida. A criação do Plano Nacional dos Cuidados Paliativos e da Rede Nacional de Cuidados Continuados (da qual muitos médicos de família já fazem parte), a publicação da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos de 5 de Setembro de 2012 e o incentivo às visitas domiciliárias são exemplos de medidas recentes de importância relevante. Porém, existem ainda muitas barreiras por ultrapassar para que cada vez mais médicos de família possam desenvolver cuidados paliativos generalistas com qualidade. Áreas como a formação, a disponibilização de recursos e a articulação com serviços especializados devem ser alvos prioritários. Estando ainda muito longe do padrão de outros países e de se poder oferecer qualidade no final de vida à maioria dos nossos doentes, é um imperativo ético a priorização dos Cuidados Paliativos na agenda da Medicina Geral e Familiar e em cada um de nós.
ISSN:2182-5181