Maus tratos nos idosos - Abordagem nos cuidados de saúde primários

Objectivo: O progresso da Medicina permitiu o aumento da esperança e qualidade de vida. Simultaneamente, as alterações nos contextos social e familiar modificaram o estatuto social do idoso. Estudos recentes revelam que a violência contra idosos está a aumentar em Portugal (dados da Associação Po...

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Bibliographic Details
Main Authors: Isabel Costa, Ângela Pimenta, Diana Brigas, Luísa Santos, Sofia Almeida
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2009-09-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
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description Objectivo: O progresso da Medicina permitiu o aumento da esperança e qualidade de vida. Simultaneamente, as alterações nos contextos social e familiar modificaram o estatuto social do idoso. Estudos recentes revelam que a violência contra idosos está a aumentar em Portugal (dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima indicam aumento de 20,4% no total de idosos vítimas de crime, de 2006 para 2007). Para muitos idosos, a consulta no Médico de Família (MF) é a única oportunidade para detectar maus-tratos. Este trabalho tem como objectivo rever estratégias de prevenção, identificação e intervenção em situações de maus-tratos nos idosos, em cuidados de saúde primários (CSP). Fontes de dados: Medline e sites de medicina baseada na evidência. Métodos de revisão: Efectuou-se uma pesquisa de artigos de revisão e normas de orientação clínica na Medline e sites de medicina baseada na evidência (National Clearinghouse, The Cochrane Library, Bandolier), publicados entre 1998 e 2008, em português, inglês e espanhol, com as palavras-chave (termos MESH): «elder abuse» e «primary care». Resultados: Foram encontrados 13 artigos, dos quais foram seleccionados 7: 3 revisões sistemáticas, 3 ensaios clínicos aleatorizados e controlados e 1 norma de orientação clínica. Há vários tipos de maus-tratos: físicos; psicológicos; negligência; abuso económico e auto-negligência. A prevenção primária passa pela identificação dos factores de risco (FR), no idoso (comorbilidades, deterioração cognitiva, isolamento social...) e no cuidador (sobrecarga física e emocional, toxicodependência...). A prevenção secundária consiste na identificação dos maus-tratos (colocação de perguntas-chave, detecção de sinais de maus-tratos e avaliação da relação idoso-cuidador) e na instituição de medidas que evitem a sua perpetuação. O MF, em colaboração com enfermeiros, Assistentes Sociais e Psicólogos, poderá intervir de diversas formas: aconselhar frequência de centro-de-dia, apoio domiciliário, recurso a Unidades de Cuidados Continuados, etc. Conclusões: Os MF estão em condição privilegiada para reconhecer situações de maus tratos e intervir preventivamente, identificando idosos que necessitam de protecção ou famílias incapazes de prestar cuidados. Dada a falta de normas de orientação e de legislação específica, considera-se importante a realização de protocolos que poderiam potenciar a capacidade de intervenção nesta problemática, nos CSP.
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spelling doaj.art-ef8b9183cedf4888bc0fe500fb4a03b32024-03-20T14:08:14ZengAssociação Portuguesa de Medicina Geral e FamiliarRevista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2182-51812009-09-0125510.32385/rpmgf.v25i5.10667Maus tratos nos idosos - Abordagem nos cuidados de saúde primáriosIsabel Costa0Ângela Pimenta1Diana Brigas2Luísa Santos3Sofia Almeida4Interna 2º ano de MGF, C.S. Soares dos Reis - USF CaméliasInterna 2º ano de MGF, C.S. Castêlo da Maia - USF Viver MaisInterna 2º ano de MGF, C.S. Soares dos Reis - Unidade de Oliveira do DouroInterna 2º ano de MGF, USF Sete Caminhos - GondomarInterna 2º ano de MGF, C.S. Soares dos Reis - USF Nova Salus Objectivo: O progresso da Medicina permitiu o aumento da esperança e qualidade de vida. Simultaneamente, as alterações nos contextos social e familiar modificaram o estatuto social do idoso. Estudos recentes revelam que a violência contra idosos está a aumentar em Portugal (dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima indicam aumento de 20,4% no total de idosos vítimas de crime, de 2006 para 2007). Para muitos idosos, a consulta no Médico de Família (MF) é a única oportunidade para detectar maus-tratos. Este trabalho tem como objectivo rever estratégias de prevenção, identificação e intervenção em situações de maus-tratos nos idosos, em cuidados de saúde primários (CSP). Fontes de dados: Medline e sites de medicina baseada na evidência. Métodos de revisão: Efectuou-se uma pesquisa de artigos de revisão e normas de orientação clínica na Medline e sites de medicina baseada na evidência (National Clearinghouse, The Cochrane Library, Bandolier), publicados entre 1998 e 2008, em português, inglês e espanhol, com as palavras-chave (termos MESH): «elder abuse» e «primary care». Resultados: Foram encontrados 13 artigos, dos quais foram seleccionados 7: 3 revisões sistemáticas, 3 ensaios clínicos aleatorizados e controlados e 1 norma de orientação clínica. Há vários tipos de maus-tratos: físicos; psicológicos; negligência; abuso económico e auto-negligência. A prevenção primária passa pela identificação dos factores de risco (FR), no idoso (comorbilidades, deterioração cognitiva, isolamento social...) e no cuidador (sobrecarga física e emocional, toxicodependência...). A prevenção secundária consiste na identificação dos maus-tratos (colocação de perguntas-chave, detecção de sinais de maus-tratos e avaliação da relação idoso-cuidador) e na instituição de medidas que evitem a sua perpetuação. O MF, em colaboração com enfermeiros, Assistentes Sociais e Psicólogos, poderá intervir de diversas formas: aconselhar frequência de centro-de-dia, apoio domiciliário, recurso a Unidades de Cuidados Continuados, etc. Conclusões: Os MF estão em condição privilegiada para reconhecer situações de maus tratos e intervir preventivamente, identificando idosos que necessitam de protecção ou famílias incapazes de prestar cuidados. Dada a falta de normas de orientação e de legislação específica, considera-se importante a realização de protocolos que poderiam potenciar a capacidade de intervenção nesta problemática, nos CSP. https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10667Elder AbusePrimary Care
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