Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A via interescalênica é um dos acessos mais comumente utilizados no bloqueio do plexo braquial. Todavia, tem-se demonstrado associação dessa técnica com o bloqueio do nervo frênico ipsilateral. A disfunção diafragmática daí resultante provoca alterações na mecânica pulmona...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Alexandre Hortense, Marcelo Vaz Perez, Jose Luis Gomes do Amaral, Ana Cristina Martins de Vasconcelos Oshiro, Heloisa Baccaro Rossetti
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Anestesiologia 2010-04-01
Series:Revista Brasileira de Anestesiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942010000200004
_version_ 1817991677430726656
author Alexandre Hortense
Marcelo Vaz Perez
Jose Luis Gomes do Amaral
Ana Cristina Martins de Vasconcelos Oshiro
Heloisa Baccaro Rossetti
author_facet Alexandre Hortense
Marcelo Vaz Perez
Jose Luis Gomes do Amaral
Ana Cristina Martins de Vasconcelos Oshiro
Heloisa Baccaro Rossetti
author_sort Alexandre Hortense
collection DOAJ
description JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A via interescalênica é um dos acessos mais comumente utilizados no bloqueio do plexo braquial. Todavia, tem-se demonstrado associação dessa técnica com o bloqueio do nervo frênico ipsilateral. A disfunção diafragmática daí resultante provoca alterações na mecânica pulmonar, potencialmente deletérias em pacientes com limitação da reserva ventilatória. O objetivo do estudo foi avaliar a repercussão do bloqueio interescalênico sobre a função pulmonar por meio da medida da capacidade vital forçada (CVF). MÉTODO: Estudo duplamente encoberto com 30 pacientes, estado físico I ou II (ASA), distribuídos aleatoriamente em dois grupos de15. Foi administrada solução a 0,5% de ropivacaína (Grupo Ropi) ou bupivacaína a 0,5% com epinefrina (Grupo Bupi). O bloqueio foi realizado utilizando estimulador de nervo periférico e sendo injetados 30 mL de anestésico local. Quatro espirometrias foram realizadas em cada paciente: antes do bloqueio, 30 minutos, 4 e 6 horas após. Os pacientes não receberam sedação. RESULTADOS: Um paciente do Grupo Ropi e três pacientes do Grupo Bupi foram excluídos do estudo por falha de bloqueio. A redução da CVF no Grupo Ropi foi máxima aos 30 minutos (25,1%) e a partir de então houve tendência progressiva à recuperação. Já com bupivacaína, a redução da CVF pareceu ser menos acentuada nos diversos momentos estudados; observou-se redução adicional entre 30 minutos (15,8%) e 4 horas (17,3%), sendo esta sem diferença estatística. A partir de 4 horas, notou-se tendência à recuperação. Em ambos os grupos, após 6 horas de bloqueio a CVF encontra-se ainda abaixo dos valores prévios. CONCLUSÕES: O bloqueio interescalênico reduz a CVF na maioria dos casos; as alterações foram mais acentuadas no Grupo Ropivacaína.<br>JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La vía interescalénica es uno de los accesos más a menudo utilizados en el bloqueo del plexo braquial. Sin embargo, se ha demostrado una asociación de esa técnica con el bloqueo del nervio frénico ipsilateral. La disfunción diafragmática de resultas de esa asociación, provoca alteraciones en la mecánica pulmonar, potencialmente perjudiciales en pacientes con una limitación de la reserva ventilatoria. El objetivo del estudio fue evaluar la repercusión del bloqueo interescalénico sobre la función pulmonar por medio de la medida de la capacidad vital forzada (CVF). MÉTODO: Estudio doble ciego, con 30 pacientes, estado físico I o II (ASA), distribuidos aleatoriamente en dos grupos de 15. Se administró solución a 0,5% de ropivacaína (Grupo Ropi) o bupivacaína a 0,5% con epinefrina (Grupo Bupi). El bloqueo fue realizado utilizando estimulador de nervio periférico e inyectando 30 mL de anestésico local. Cuatro espirometrías se hicieron en cada paciente: antes del bloqueo, 30 minutos, 4 y 6 horas después. Los pacientes no recibieron sedación. RESULTADOS: Un paciente del Grupo Ropi y tres pacientes del Grupo Bupi, quedaron excluidos del estudio por fallos de bloqueo. La reducción de la CVF en el Grupo Ropi se hizo máxima a los 30 minutos (25,1%) y a partir de entonces, hubo una tendencia progresiva a la recuperación. Ya con la bupivacaína, la reducción de la CVF pareció ser menos acentuada en los diversos momentos estudiados; se observó una reducción adicional entre 30 minutos (15,8%) y 4 horas (17,3%), siendo esa sin diferencia estadística. A partir de 4 horas, se notó una tendencia a la recuperación. En los dos grupos, después de 6 horas de bloqueo, la CVF todavía estaba por debajo de los valores previos. CONCLUSIONES: El bloqueo interescalénico reduce la CVF en la mayoría de los casos; las alteraciones fueron más acentuadas en el Grupo Ropivacaína.<br>BACKGROUND AND OBJECTIVES: The interscalene is one of the most common approaches used in brachial plexus block. However, the association of this approach with the ipsilateral blockade of the phrenic nerve has been demonstrated. The resulting diaphragmatic dysfunction causes changes in lung mechanics, which can be potentially deleterious in patients with limited respiratory reserve. The objective of the present study was to evaluate the repercussion of interscalene brachial plexus block on pulmonary function by measuring forced vital capacity (FVC). METHODS: This is a double-blind study with 30 patients, physical status ASA I or II, randomly separated into two groups of 15 patients each; 0.5% ropivacaine (Ropi Group) or 0.5% bupivacaine with epinephrine (Bupi Group) was administered. A peripheral nerve stimulator was used, and 30 mL of the local anesthetic were administered. Four spirometries were done in each patient: before the blockade, 30 minutes, four hours, and six hours after the blockade. Patients were not sedated. RESULTS: One patient in the Ropi Group and three patients in the Bupi Group were excluded from the study due to failure of the blockade. The Ropi Group showed maximal FVC reduction at 30 minutes (25.1%), with a tendency for recovery from this point on. With bupivacaine, the reduction in FVC was less important at the different study moments; an additional reduction was observed between 30 (15.8%) and four hours (17.3%), but it was not statistically significant. A tendency for recovery was observed from four hours on. In both groups, the FVC six hours after the blockade was still below baseline levels. CONCLUSIONS: Interscalene block reduces FVC in most cases. Changes were more pronounced in the Ropivacaine group.
first_indexed 2024-04-14T01:16:27Z
format Article
id doaj.art-f0ea4a5c74b74791ae13a6638b670386
institution Directory Open Access Journal
issn 0034-7094
1806-907X
language English
last_indexed 2024-04-14T01:16:27Z
publishDate 2010-04-01
publisher Sociedade Brasileira de Anestesiologia
record_format Article
series Revista Brasileira de Anestesiologia
spelling doaj.art-f0ea4a5c74b74791ae13a6638b6703862022-12-22T02:20:51ZengSociedade Brasileira de AnestesiologiaRevista Brasileira de Anestesiologia0034-70941806-907X2010-04-0160213013310.1590/S0034-70942010000200004Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary functionAlexandre HortenseMarcelo Vaz PerezJose Luis Gomes do AmaralAna Cristina Martins de Vasconcelos OshiroHeloisa Baccaro RossettiJUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A via interescalênica é um dos acessos mais comumente utilizados no bloqueio do plexo braquial. Todavia, tem-se demonstrado associação dessa técnica com o bloqueio do nervo frênico ipsilateral. A disfunção diafragmática daí resultante provoca alterações na mecânica pulmonar, potencialmente deletérias em pacientes com limitação da reserva ventilatória. O objetivo do estudo foi avaliar a repercussão do bloqueio interescalênico sobre a função pulmonar por meio da medida da capacidade vital forçada (CVF). MÉTODO: Estudo duplamente encoberto com 30 pacientes, estado físico I ou II (ASA), distribuídos aleatoriamente em dois grupos de15. Foi administrada solução a 0,5% de ropivacaína (Grupo Ropi) ou bupivacaína a 0,5% com epinefrina (Grupo Bupi). O bloqueio foi realizado utilizando estimulador de nervo periférico e sendo injetados 30 mL de anestésico local. Quatro espirometrias foram realizadas em cada paciente: antes do bloqueio, 30 minutos, 4 e 6 horas após. Os pacientes não receberam sedação. RESULTADOS: Um paciente do Grupo Ropi e três pacientes do Grupo Bupi foram excluídos do estudo por falha de bloqueio. A redução da CVF no Grupo Ropi foi máxima aos 30 minutos (25,1%) e a partir de então houve tendência progressiva à recuperação. Já com bupivacaína, a redução da CVF pareceu ser menos acentuada nos diversos momentos estudados; observou-se redução adicional entre 30 minutos (15,8%) e 4 horas (17,3%), sendo esta sem diferença estatística. A partir de 4 horas, notou-se tendência à recuperação. Em ambos os grupos, após 6 horas de bloqueio a CVF encontra-se ainda abaixo dos valores prévios. CONCLUSÕES: O bloqueio interescalênico reduz a CVF na maioria dos casos; as alterações foram mais acentuadas no Grupo Ropivacaína.<br>JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La vía interescalénica es uno de los accesos más a menudo utilizados en el bloqueo del plexo braquial. Sin embargo, se ha demostrado una asociación de esa técnica con el bloqueo del nervio frénico ipsilateral. La disfunción diafragmática de resultas de esa asociación, provoca alteraciones en la mecánica pulmonar, potencialmente perjudiciales en pacientes con una limitación de la reserva ventilatoria. El objetivo del estudio fue evaluar la repercusión del bloqueo interescalénico sobre la función pulmonar por medio de la medida de la capacidad vital forzada (CVF). MÉTODO: Estudio doble ciego, con 30 pacientes, estado físico I o II (ASA), distribuidos aleatoriamente en dos grupos de 15. Se administró solución a 0,5% de ropivacaína (Grupo Ropi) o bupivacaína a 0,5% con epinefrina (Grupo Bupi). El bloqueo fue realizado utilizando estimulador de nervio periférico e inyectando 30 mL de anestésico local. Cuatro espirometrías se hicieron en cada paciente: antes del bloqueo, 30 minutos, 4 y 6 horas después. Los pacientes no recibieron sedación. RESULTADOS: Un paciente del Grupo Ropi y tres pacientes del Grupo Bupi, quedaron excluidos del estudio por fallos de bloqueo. La reducción de la CVF en el Grupo Ropi se hizo máxima a los 30 minutos (25,1%) y a partir de entonces, hubo una tendencia progresiva a la recuperación. Ya con la bupivacaína, la reducción de la CVF pareció ser menos acentuada en los diversos momentos estudiados; se observó una reducción adicional entre 30 minutos (15,8%) y 4 horas (17,3%), siendo esa sin diferencia estadística. A partir de 4 horas, se notó una tendencia a la recuperación. En los dos grupos, después de 6 horas de bloqueo, la CVF todavía estaba por debajo de los valores previos. CONCLUSIONES: El bloqueo interescalénico reduce la CVF en la mayoría de los casos; las alteraciones fueron más acentuadas en el Grupo Ropivacaína.<br>BACKGROUND AND OBJECTIVES: The interscalene is one of the most common approaches used in brachial plexus block. However, the association of this approach with the ipsilateral blockade of the phrenic nerve has been demonstrated. The resulting diaphragmatic dysfunction causes changes in lung mechanics, which can be potentially deleterious in patients with limited respiratory reserve. The objective of the present study was to evaluate the repercussion of interscalene brachial plexus block on pulmonary function by measuring forced vital capacity (FVC). METHODS: This is a double-blind study with 30 patients, physical status ASA I or II, randomly separated into two groups of 15 patients each; 0.5% ropivacaine (Ropi Group) or 0.5% bupivacaine with epinephrine (Bupi Group) was administered. A peripheral nerve stimulator was used, and 30 mL of the local anesthetic were administered. Four spirometries were done in each patient: before the blockade, 30 minutes, four hours, and six hours after the blockade. Patients were not sedated. RESULTS: One patient in the Ropi Group and three patients in the Bupi Group were excluded from the study due to failure of the blockade. The Ropi Group showed maximal FVC reduction at 30 minutes (25.1%), with a tendency for recovery from this point on. With bupivacaine, the reduction in FVC was less important at the different study moments; an additional reduction was observed between 30 (15.8%) and four hours (17.3%), but it was not statistically significant. A tendency for recovery was observed from four hours on. In both groups, the FVC six hours after the blockade was still below baseline levels. CONCLUSIONS: Interscalene block reduces FVC in most cases. Changes were more pronounced in the Ropivacaine group.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942010000200004ANESTÉSICO, LocalTÉCNICAS ANESTÉSICAS, RegionalSISTEMA RESPIRATORIOANESTÉSICO, LocalTÉCNICAS ANESTÉSICAS, RegionalSISTEMA RESPIRATÓRIOANESTHETIC, LocalANESTHETIC TECHNIQUES, RegionalRESPIRATORY SYSTEM
spellingShingle Alexandre Hortense
Marcelo Vaz Perez
Jose Luis Gomes do Amaral
Ana Cristina Martins de Vasconcelos Oshiro
Heloisa Baccaro Rossetti
Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
Revista Brasileira de Anestesiologia
ANESTÉSICO, Local
TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional
SISTEMA RESPIRATORIO
ANESTÉSICO, Local
TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ANESTHETIC, Local
ANESTHETIC TECHNIQUES, Regional
RESPIRATORY SYSTEM
title Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
title_full Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
title_fullStr Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
title_full_unstemmed Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
title_short Bloqueio do plexo braquial por via interescalênica: efeitos sobre a função pulmonar Bloqueo del plexo braquial por vía interescalénica: efectos sobre la función pulmonar Interscalene brachial plexus block: effects on pulmonary function
title_sort bloqueio do plexo braquial por via interescalenica efeitos sobre a funcao pulmonar bloqueo del plexo braquial por via interescalenica efectos sobre la funcion pulmonar interscalene brachial plexus block effects on pulmonary function
topic ANESTÉSICO, Local
TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional
SISTEMA RESPIRATORIO
ANESTÉSICO, Local
TÉCNICAS ANESTÉSICAS, Regional
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ANESTHETIC, Local
ANESTHETIC TECHNIQUES, Regional
RESPIRATORY SYSTEM
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942010000200004
work_keys_str_mv AT alexandrehortense bloqueiodoplexobraquialporviainterescalenicaefeitossobreafuncaopulmonarbloqueodelplexobraquialporviainterescalenicaefectossobrelafuncionpulmonarinterscalenebrachialplexusblockeffectsonpulmonaryfunction
AT marcelovazperez bloqueiodoplexobraquialporviainterescalenicaefeitossobreafuncaopulmonarbloqueodelplexobraquialporviainterescalenicaefectossobrelafuncionpulmonarinterscalenebrachialplexusblockeffectsonpulmonaryfunction
AT joseluisgomesdoamaral bloqueiodoplexobraquialporviainterescalenicaefeitossobreafuncaopulmonarbloqueodelplexobraquialporviainterescalenicaefectossobrelafuncionpulmonarinterscalenebrachialplexusblockeffectsonpulmonaryfunction
AT anacristinamartinsdevasconcelososhiro bloqueiodoplexobraquialporviainterescalenicaefeitossobreafuncaopulmonarbloqueodelplexobraquialporviainterescalenicaefectossobrelafuncionpulmonarinterscalenebrachialplexusblockeffectsonpulmonaryfunction
AT heloisabaccarorossetti bloqueiodoplexobraquialporviainterescalenicaefeitossobreafuncaopulmonarbloqueodelplexobraquialporviainterescalenicaefectossobrelafuncionpulmonarinterscalenebrachialplexusblockeffectsonpulmonaryfunction