Summary: | As diversas teorias geomorfológicas para evolução do relevo em longo-termo (da ordem de dezenas de milhões de anos) contemplam a existência de superfícies de aplainamento, formadas pela ação contínua dos agentes erosivos/deposicionais em períodos de quiescência tectônica e reconhecíveis como extensas áreas de relevo muito suave perturbadas localmente por elevações residuais, ou pela aparente concordância altimétrica dos divisores de águas de uma região. Apesar de passadas várias décadas desde a publicação das principais teorias sobre evolução das formas de relevo, a validade desses modelos ainda é palco de discussão. Neste trabalho são apresentados estudos relativos à compartimentação do relevo, em escala regional, da região centro-leste brasileira. As análises foram focadas em análise digital de terreno, com processamento e integração de dados em Sistema de Informações Geográficas, visando a extração e caracterização de variáveis relativas à superfície topográfica e a compilação e tratamento matemático de dados termocronológicos e geofísicos. Os resultados obtidos foram interpretados tendo em vista o contexto geológico e as teorias de evolução do relevo em longo-termo. A integração entre dados morfométricos, termocronológicos e geofísicos não suporta a validade do uso de superfícies aplainadas em correlações estratigráficas de âmbito regional.
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