O VALOR DA DOENÇA RESIDUAL MENSURÁVEL POR CITOMETRIA DE FLUXO NA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: DO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO AO PÓS-TRANSPLANTE

Introdução: A doença residual mensurável (DRM) é um marcador prognóstico independente em pacientes com LMA, auxiliando na estratificação de risco e plano terapêutico. Entretanto, a padronização da técnica e associação com outros parâmetros biológicos e clínicos ainda não está totalmente estabelecida...

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Bibliographic Details
Main Authors: MLBF Dourado, G Matias, AF Sandes, MV Goncalves, VC Molla, FP Guirao, MCR Barbosa, M Yamamoto, CA Rodrigues, FR Kerbauy
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2021-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921004351
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description Introdução: A doença residual mensurável (DRM) é um marcador prognóstico independente em pacientes com LMA, auxiliando na estratificação de risco e plano terapêutico. Entretanto, a padronização da técnica e associação com outros parâmetros biológicos e clínicos ainda não está totalmente estabelecida, dificultando sua utilização na prática clínica. Objetivos: Este trabalho tem por objetivo avaliar o impacto da presença de DRM avaliada por citometria de fluxo em pacientes com LMA atendidos em nosso serviço entre 2018-21, correlacionando com sobrevida global (SG) e dados de prognóstico. Pacientes e métodos: Análise retrospectiva de 93 pacientes consecutivos diagnosticados com LMA (não-LPA), com 18 anos ou mais, entre 2018-21. Amostras de medula óssea para análise de DRM foram obtidas em 49 pacientes, coletadas em diferentes momentos durante o tratamento. Para análise de DRM, foi montado o painel de 8 cores com dois tubos, contendo os seguintes anticorpos monoclonais: CD34, CD117, HLA-DR, CD45, CD38, CD7, CD13, CD33, CD15, CD64, CD36, CD14 e CD56. Após marcação, as amostras foram adquiridas no citômetro FACSCanto II, com aquisição de pelo menos 106 células. Os dados categorizados foram analisados através do teste do Chi-quadrado, também aplicados às curvas de Kaplan-Meier para análise de SG entre os grupos. Resultados: A SG independente do risco citogenético dos pacientes com LMA do serviço (n = 93) em 3 anos foi de 25%. Ao aplicarmos a avaliação de DRM em qualquer momento durante o tratamento quimioterápico (n = 35), após esquema de indução ou consolidações, o resultado negativo de DRM foi associado a menor número de óbitos (p = 0,05) e maior SG em 3 anos [DRM(-): 70% vs. DRM(+): 35%, p = 0,04]. Dentre os pacientes que não foram submetidos a TMO alogênico (não-elegíveis ou sem indicação pelo risco citogenético, n = 18), a SG foi maior naqueles com DRM(-) que nos que mantiveram DRM(+) no curso da terapia quimioterápica (respectivamente 79% vs. 25%, p = 0,01). A SG mediana dos pacientes encaminhados para transplante alogênico (n = 22) com DRM(-) não foi atingida, enquanto que nos transplantados com DRM(+) a mediana foi de 200 dias (p = 0,03). Discussão/Conclusão: Consideramos a aplicabilidade da DRM por imunofenotipagem como satisfatória e válida na mensuração do prognóstico do doente com LMA em curso de terapia quimioterápica. Os dados apresentados mostram o benefício do TMO alogênico em pacientes que eram DRM(-) no pré TMO. Critérios que envolvem qual o limite de detecção da DRM por citometria na LMA e quais seriam os tempos ideais de avaliação durante o tratamento quimioterápico não eram padronizados até então e precisam ser avaliados em estudos futuros.
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