Utopia, história e profecia: o joaquimismo como filosofia do Brasil

O texto assume que a concepção de história das vertentes utópica e profético-milenarista são constitutivas não só do mito fundador do Estado brasileiro, senão que também de nosso pensamento filosófico mais autêntico; e que, em suas origens, encontramos a obra do abade Joaquim de Fiore (1135-1202)....

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Noeli Dutra Rossato
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Ceará 2020-12-01
Series:Argumentos
Subjects:
Online Access:http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/61499
Description
Summary:O texto assume que a concepção de história das vertentes utópica e profético-milenarista são constitutivas não só do mito fundador do Estado brasileiro, senão que também de nosso pensamento filosófico mais autêntico; e que, em suas origens, encontramos a obra do abade Joaquim de Fiore (1135-1202). Em um primeiro momento, procuramos mostrar que uma das expressões da vertente utópica em nossa cultura provém das populares Festas do Império do Divino Espírito Santo de tradição luso-brasileira que tem raízes no joaquimismo medieval. A vertente profético-milenarista, por sua vez, entronca na obra do jesuíta Antônio Vieira (1608-1679) e se consolida mediante a absorção da herança utópica do joaquimismo, mesclada com elementos apocalípticos e sebastianistas. Por fim, tomamos alguns passos do romance A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna (1927-2014), que, a nosso ver, articulam o núcleo principal da vertente utópica com a teoria do Quinto Império e o milenarismo.
ISSN:1984-4247
1984-4255