Summary: | Batismo de Sangue , de Frei Betto, publicado originalmente em 1982, mistura gêneros. Reúne em si, dentre outros, resenha histórica, depoimento e biografia. Tudo isso, algumas vezes, mesclado ao ensaio e ao romanesco. Não é, bem entendido, um romance, mas algumas categorias romanescas especificamente ficcionais são recorrentemente instrumentalizadas em sua configuração. Em consonância com essas características, Batismo de Sangue é também esforço de tornar público alguns aspectos da realidade da clandestinidade do Regime Militar brasileiro (1964-1985), sobretudo a tortura, esta eminentemente privada. Usando os conceitos de público e privado (Arendt), de metáfora (White), de personagem do romance (Candido; Rosenfeld), de romance público (Bakhtin) e de ensaio (Adorno), este artigo discute a mistura de gêneros presente na narrativa de Batismo de Sangue.
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