Do humanismo burguês ao humanismo existencialista: o caminho do intelectual clássico para Sartre

Trata-se de compreender a noção de intelectual clássico no pensamento de Sartre, mais especificamente a partir das conferências Plaidoyer pour les intellectuels. Veremos que o percurso de transformação do técnico do saber prático em intelectual se inicia com o desvelamento da contradição da socieda...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Thana Mara de Souza
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 2023-02-01
Series:Griot: Revista de Filosofia
Subjects:
Online Access:https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/3135
Description
Summary:Trata-se de compreender a noção de intelectual clássico no pensamento de Sartre, mais especificamente a partir das conferências Plaidoyer pour les intellectuels. Veremos que o percurso de transformação do técnico do saber prático em intelectual se inicia com o desvelamento da contradição da sociedade e de seu próprio papel, na descoberta da falsidade do humanismo burguês, abstrato e excludente. Contra a ideologia que o selecionou e o educou, o intelectual coloca a necessidade de pensar a partir do concreto e das particularidades, o que não implica um relativismo subjetivista. Ao abandonar o universal abstrato, o intelectual propõe, em seu lugar, uma universalização singular, assumindo o paradoxo proposto por Kierkegaard e atualizado por Sartre. Neste sentido, aproximar as conferências de 1965 sobre o intelectual com a conferência sobre Kierkegaard, ministrada no ano seguinte, é fundamental para melhor compreendermos o papel do intelectual clássico e como, no questionamento teórico do falso humanismo da classe dominante e no questionamento prático de suas atitudes cotidianas, ele mantém a ambiguidade entre universal e singular, objetividade e subjetividade. Assim, podemos por fim compreender como o humanismo existencialista se coloca.
ISSN:2178-1036