Summary: | O que aqui denominamos a reforma da caneta é o resultado do poder discricionário das autoridades que se revezam na esfera pública e o exercem com a força dos cargos que ocupam cujas ações unilaterais são eivadas de alienação dos sujeitos reais da cena educacional. Insere-se neste contexto a reforma do ensino médio profissional no Brasil atual, produzida por Medida Provisória, ao tornar facultativa a oferta de disciplinas constituídas de fundamentos teóricos e práticos relevantes para a formação humana, além de permitir a atuação de leigos, o notório saber, no lugar do profissional do magistério, formado na e para a docência representa um retrocesso sem precedentes em nossa infante democracia, a atual política educacional brasileira atesta o seu total desprezo à carreira docente e afirma uma política de empobrecimento curricular na formação da juventude e da classe trabalhadora que logram cursar o ensino médio por ela proposto. Assumir o seu papel neste contexto formativo ainda é um grande desafio para a universidade brasileira. O ensino médio que queremos não pode derivar de tal reforma que caminha na contramão da desejada educação pública democrática e de qualidade. É preciso reabrir o debate, valorizar o acúmulo da ciência brasileira a respeito da matéria e, sobretudo, ouvir as vozes silenciadas no cenário educativo, seus reais protagonistas.
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