Lições de anatomia: do corpo eterno à eternidade do corpo

As duas pinturas de Rembrandt van Rijn (1606-1669) nas quais o artista holandês retrata lições de anatomia em 1632 e 1656 revelam limitações que a leitura de uma obra de arte pode impor ao olhar contemporâneo se nos ativermos apenas ao universo de nossa subjetividade, ignorando o panorama histórico...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ricardo Coelho
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2020-08-01
Series:ARS
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-53202020000200075&tlng=pt
Description
Summary:As duas pinturas de Rembrandt van Rijn (1606-1669) nas quais o artista holandês retrata lições de anatomia em 1632 e 1656 revelam limitações que a leitura de uma obra de arte pode impor ao olhar contemporâneo se nos ativermos apenas ao universo de nossa subjetividade, ignorando o panorama histórico no qual tais representações foram criadas. A partir dessa constatação aparentemente óbvia, o presente trabalho pretende apontar os parâmetros clássicos que determinaram a longa tradição das práticas anatômicas e alguns de seus desdobramentos contemporâneos, com especial enfoque nos trabalhos do polêmico artista, ou seria melhor dizer, médico e anatomista alemão Gunther Von Hagens. Como no Atlas Mnemosyne , de Aby Warburg, a associação de imagens estrutura o eixo das reflexões.
ISSN:2178-0447