Raiva Humana: Optimização da Prevenção e Caminhos Para a Cura

Introdução: A raiva é uma das doenças infecciosas mais antigas e fatais conhecidas pelo ser humano e é maioritariamente transmitida por mordeduras de animais. O cão é o principal vector. A raiva não possui uma terapia curativa aprovada e a sua prevenção ainda que possua altas taxas de eficácia, é c...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Paulo Conceição, Cândida Abreu
Format: Article
Language:English
Published: Ordem dos Médicos 2021-11-01
Series:Acta Médica Portuguesa
Subjects:
Online Access:https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10657
Description
Summary:Introdução: A raiva é uma das doenças infecciosas mais antigas e fatais conhecidas pelo ser humano e é maioritariamente transmitida por mordeduras de animais. O cão é o principal vector. A raiva não possui uma terapia curativa aprovada e a sua prevenção ainda que possua altas taxas de eficácia, é complexa, dispendiosa e nem sempre conseguida, muito devido às dificuldades de acesso da imunoglobulina. Esta revisão pretende analisar uma abordagem prática de uma prevenção custo-efectiva e as perspectivas futuras em desenvolvimento de uma cura eficaz e segura. Material e Métodos: Foi utilizada a base de dados da PubMed para pesquisa bibliográfica. Usaram-se os termos MeSH: ‘rabies’, ‘preexposure prophylaxis’, ‘postexposure prophylaxis’, ‘rabies immune globulin’, ‘treatment’ e ‘Milwaukee Protocol’. Resultados: Relativamente à raiva, é importante executar os protocolos de prevenção atempadamente, devido à imprevisível janela de tempo entre a infecção e a sintomatologia. A literatura mostra que é possível reduzir a dose de vacina mantendo uma eficiente imunização, e que doses de reforço só são necessárias em grupos/populações de risco. Discussão: A actual filosofia de uma prevenção custo-efectiva, que assenta na vacinação canina, restrição de sobredose das vacinas usadas em seres humanos e o uso inteligente da imunoglobulina rábica – irá permitir maior acessibilidade da prevenção da doença aos países que mais carecem dela. Encontram-se em progresso terapias promissoras, ainda em estadios precoces de estudo. Conclusão: O desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e profilácticas mais eficazes é um objectivo ainda não alcançado e depende de uma melhor compreensão da patogénese subjacente à doença.
ISSN:0870-399X
1646-0758