Epilepsia mioclônica: Estudo clínico e eletrencefalográfico

Os autores relatam um caso de síndrome cerebelar progressiva, com mioclonias generalizadas e por surtos, raramente espontâneas, sendo, na maioria das vêzes, provocadas pelo fechamento dos olhos, menos vêzes pela abertura das pálpebras e, constantemente, pela estimulação luminosa direta. As mio-cloni...

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Main Authors: José Lamartine de Assis, Adail Freitas Julião, Gabriel Russo
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO) 1957-09-01
Series:Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1957000300005&lng=en&tlng=en
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spelling doaj.art-f4463c3e6a3e41c6a4786e8ec5756ded2022-12-21T23:00:03ZengAcademia Brasileira de Neurologia (ABNEURO)Arquivos de Neuro-Psiquiatria1678-42271957-09-0115321522210.1590/S0004-282X1957000300005S0004-282X1957000300005Epilepsia mioclônica: Estudo clínico e eletrencefalográficoJosé Lamartine de Assis0Adail Freitas Julião1Gabriel Russo2Universidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloOs autores relatam um caso de síndrome cerebelar progressiva, com mioclonias generalizadas e por surtos, raramente espontâneas, sendo, na maioria das vêzes, provocadas pelo fechamento dos olhos, menos vêzes pela abertura das pálpebras e, constantemente, pela estimulação luminosa direta. As mio-clonias não se manifestavam no véu do paladar, e não eram influenciadas de modo evidente pelos barbitúricos (Gardenal) mesmo em doses altas. A síndrome cerebelar era global, com predomínio das desordens neocerebelares sobre as paleocerebelosas e de evolução progressiva, embora entremeada por fases de remissão parcial. Dos exames subsidiários tem particular interêsse a eletrencefalografia r que mostrou, no traçado de repouso, numerosos surtos de complexos irregulares "espícula-onda", de complexos "poliespículas-onda", de grande amplitude, bilaterais sincronos. Nos intervalos entre os surtos a atividade elétrica era constituída principalmente por ondas de freqüências compreendidas entre 6 a 9 c/s, com maior voltagem nas áreas posteriores. Os paroxismos se evidenciavam tanto com os olhos abertos como com os olhos fechados; eclodiam invariavelmente quando a paciente fechava os olhos, sendo geralmente acompanhados por abalos mioclônicos generalizados. Estímulos luminosos isolados, mesmo de intensidade relativamente pequena, provocavam sistematicamente a eclosão de paroxismos elétricos acompanhados de abalos mioclônicos generalizados, predominando nos membros inferiores. A estimulação luminosa intermitente, com freqüências de 1, 2, 3, 5, 10 e 15 por segundo, provocava o aparecimento de espículas rítmicas, com a mesma freqüência da estimulação, seguidas de ondas lentas às freqüências mais baixas.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1957000300005&lng=en&tlng=en
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