Mortalidade materna em Recife. 1. Avaliação da subenumeração de estatísticas oficiais

Este estudo analisou os óbitos de mulheres com idade entre 10 a 49 anos, ocorridos em Recife, Pernambuco, nos anos de 1992 e 1993, com a finalidade de identificar os óbitos maternos neste período e confrontá-los com as estatísticas oficiais. As informações foram obtidas a partir de 1.013 declarações...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Rivaldo Mendes de Albuquerque, José Guilherme Cecatti, Ellen Hardy, Aníbal Faúndes
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1997000100015&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Este estudo analisou os óbitos de mulheres com idade entre 10 a 49 anos, ocorridos em Recife, Pernambuco, nos anos de 1992 e 1993, com a finalidade de identificar os óbitos maternos neste período e confrontá-los com as estatísticas oficiais. As informações foram obtidas a partir de 1.013 declarações de óbito, sendo complementadas com consultas aos prontuários médicos, fichas de anestesia, relatórios de enfermagem, perícias tanatoscópicas do Instituto de Medicina Legal, relatórios das necrópsias do Serviço de Verificação de óbitos e por meio de entrevistas com os médicos que assistiram estes óbitos ou com familiares das mulheres que faleceram. Calcularam-se as razões de mortalidade materna (RMM) para o Município de Recife para cada ano e para o período total do estudo. As 20 mortes maternas declaradas representaram 2% dos óbitos entre mulheres nessa faixa etária. Após a investigação encontraram-se mais 22 casos para todo o período. A RMM pelas estatísticas oficiais era de 37,0 por 100.000 nascidos vivos, passando a 77,7 após a correção. Esta diferença representou uma subenumeração de 52,4%. Conclui-se que, no caso de Recife, não se poderia aplicar o fator de correção de 3,0 recomendado para a Região Nordeste pelo Ministério da Saúde, porque a mortalidade materna estaria sendo então superestimada.
ISSN:0102-311X
1678-4464