Summary: | Objetivos. Descrever os achados epidemiológicos, clínicos e liquóricos dos casos de meningite asséptica associada à vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), ocorridos no Estado da Bahia após campanha de vacinação em massa promovida pelo Ministério da Saúde do Brasil em agosto de 1997, e comparar esses casos aos de meningite asséptica não associada à vacina ocorridos no mesmo ano. Métodos. Entre março e outubro de 1997, foi realizado acompanhamento prospectivo de todos os indivíduos com idade de 1 a 12 anos admitidos no Hospital Couto Maia com diagnóstico clínico e laboratorial de meningite asséptica. A população do estudo foi dividida em dois grupos, representando indivíduos vacinados e não vacinados. Foram coletadas informações demográficas, clínicas e laboratoriais para ambos os grupos. Resultados. No mês de setembro, logo após a campanha de vacinação, 74 casos de meningite asséptica foram atendidos no Hospital Couto Maia, em comparação com a média mensal de 7,5 casos. Verificamos maior freqüência de rigidez de nuca e níveis mais altos de celularidade liquórica nas crianças cuja meningite foi associada à vacina. Por outro lado, houve maior número de casos com comprometimento encefálico no grupo de meningites não associadas à vacinação. Conclusões. Embora a meningite pós-vacinal tenha curso mais benigno, seu tratamento continua gerando custos com exames complementares e internações. As campanhas de vacinação em larga escala devem utilizar vacinas contendo cepas menos reatogênicas.
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