Summary: | Introdução: Nas últimas décadas, a espiritualidade mostrou-se valiosa na prática clínica, principalmente na área dos cuidados paliativos. Nesse contexto, a realidade dos pacientes crônicos hematológicos é trazida à tona, devido à relevância dos aspectos psicossociais na eficácia e na adesão ao tratamento, visto que tais fatores influenciam a autoestima, o bem-estar emocional, a formação de personalidade e a manutenção das relações pessoais. Dessa forma, a adoção de uma abordagem integral que incorpora aspectos físicos, emocionais e espirituais pode contribuir para um melhor enfrentamento das adversidades e para uma consequente evolução do prognóstico. Objetivos: Compreender os benefícios da espiritualidade no tratamento e no suporte a pacientes hematológicos crônicos e discutir como os profissionais de saúde podem abordá-la de forma sensível e integrativa, visando enriquecer a compreensão acerca da condição desses pacientes. Métodos: O presente trabalho é uma revisão bibliográfica baseada no banco de dados das plataformas SciELO e PubMed. Para seleção do material, foram utilizados os descritores “spirituality”e “chronic disease”, selecionando artigos completos dos últimos dez anos, em português e inglês. Os estudos que não tratavam da temática desta pesquisa em seus resumos foram descartados. Resultados e discussão: Enquanto a religião é definida por um sistema de crenças e práticas de uma comunidade, a espiritualidade transcende a experiência humana, sendo fonte de apoio psicossocial, através da oferta de um propósito e significado em meio aos desafios impostos pela enfermidade. Enfrentar uma doença crônica, como leucemia, linfoma ou anemia aplásica, é uma jornada exaustiva e emocionalmente desafiadora, tanto para os pacientes quanto para os familiares. Nesse cenário, a espiritualidade permite a expressão de angústias e incertezas, proporcionando alívio emocional, conforto e esperança, o que fortalece a resiliência durante o processo. Além disso, a prática de meditação, oração ou outras formas de conexão espiritual pode auxiliar na redução do estresse e da ansiedade, frequentemente associados à experiência da dor crônica. Outrossim, a adesão ao tratamento pode ser favorecida, tendo em vista que pacientes que confiam na recuperação tendem a seguir as orientações médicas de forma mais diligente. Atualmente, a abordagem da espiritualidade é baseada nos questionários FICA e HOPE, que tratam a temática de forma ampla, a fim de traçar uma conduta que seja benéfica ao paciente. Contudo, vale ressaltar que a prática espiritual não substitui os tratamentos médicos tradicionais e que a psicoterapia deve ser empregada no acompanhamento desse paciente pelo psicólogo. Conclusão: Conclui-se que a espiritualidade é benéfica para os pacientes crônicos hematológicos e para o cuidado integral desses indivíduos. É fundamental que os profissionais da saúde estejam abertos a escutar questões espirituais de seus pacientes, respeitando a diversidade de crenças, a fim de garantir que a abordagem seja bem recebida. Ao adotar o tratamento holístico, cria-se um ambiente de cuidado mais empático, facilitando o enfrentamento dos desafios impostos pela doença e o alcance de uma melhor qualidade de vida e bem-estar emocional. Por fim, são necessárias pesquisas futuras para aprofundar os conhecimentos existentes e desenvolver intervenções mais eficazes que integrem a espiritualidade no cuidado em saúde.
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