Predomínio da gestão e violência simbólica

Após duas décadas de forte ascensão do neoliberalismo, a degradação das condições de trabalho foi denunciada por numerosos observadores: alguns falam de "violência no trabalho", acentuando as dimensões socioeconômicas que estruturam os universos profissionais. Este artigo se inscreve nesta...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Jean-Luc Metzger, Salvatore Maugeri, Marie Benedetto-Meyer
Format: Article
Language:English
Published: Fundacentro
Series:Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572012000200005&lng=en&tlng=en
_version_ 1818256075125686272
author Jean-Luc Metzger
Salvatore Maugeri
Marie Benedetto-Meyer
author_facet Jean-Luc Metzger
Salvatore Maugeri
Marie Benedetto-Meyer
author_sort Jean-Luc Metzger
collection DOAJ
description Após duas décadas de forte ascensão do neoliberalismo, a degradação das condições de trabalho foi denunciada por numerosos observadores: alguns falam de "violência no trabalho", acentuando as dimensões socioeconômicas que estruturam os universos profissionais. Este artigo se inscreve nesta perspectiva e considera particularmente o papel que a dinâmica de gestionarização desempenha no exercício da violência no trabalho. O artigo se apoia sobre duas situações emblemáticas: o trabalho nas centrais de teleatendimento e a implementação de um dispositivo de gestão "total", o Balanced Scorecard, em uma multinacional. Mostra que as violências ligadas ao fato gestionário manifestam-se em três níveis articulados. No primeiro nível, esta violência resulta das transformações macropolíticas que tornam incontornáveis a introdução e a renovação dos dispositivos de gestão. No segundo nível, a violência se exerce em torno da implementção de dispositivos de gestão. Enfim, no terceiro nível, violência simbólica, que dá suporte às práticas de diferentes categorias de ator, manifesta-se. A imbricação entre estes níveis leva uma maioria de atores a adotar uma atitude de resignação diante da impossibilidade de se emancipar da gestão. Esta constatação pemite focar melhor o lugar e o modo de ação para enfrentar a violência no trabalho.
first_indexed 2024-12-12T17:21:59Z
format Article
id doaj.art-f910d2eceaf94a42b70b22e2d079bdc9
institution Directory Open Access Journal
issn 2317-6369
language English
last_indexed 2024-12-12T17:21:59Z
publisher Fundacentro
record_format Article
series Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
spelling doaj.art-f910d2eceaf94a42b70b22e2d079bdc92022-12-22T00:17:38ZengFundacentroRevista Brasileira de Saúde Ocupacional2317-63693712622524210.1590/S0303-76572012000200005S0303-76572012000200005Predomínio da gestão e violência simbólicaJean-Luc Metzger0Salvatore Maugeri1Marie Benedetto-Meyer2Université d'Evry Val-d'EssonneUniversité d'OrléansUniversité Versailles Saint QuentinApós duas décadas de forte ascensão do neoliberalismo, a degradação das condições de trabalho foi denunciada por numerosos observadores: alguns falam de "violência no trabalho", acentuando as dimensões socioeconômicas que estruturam os universos profissionais. Este artigo se inscreve nesta perspectiva e considera particularmente o papel que a dinâmica de gestionarização desempenha no exercício da violência no trabalho. O artigo se apoia sobre duas situações emblemáticas: o trabalho nas centrais de teleatendimento e a implementação de um dispositivo de gestão "total", o Balanced Scorecard, em uma multinacional. Mostra que as violências ligadas ao fato gestionário manifestam-se em três níveis articulados. No primeiro nível, esta violência resulta das transformações macropolíticas que tornam incontornáveis a introdução e a renovação dos dispositivos de gestão. No segundo nível, a violência se exerce em torno da implementção de dispositivos de gestão. Enfim, no terceiro nível, violência simbólica, que dá suporte às práticas de diferentes categorias de ator, manifesta-se. A imbricação entre estes níveis leva uma maioria de atores a adotar uma atitude de resignação diante da impossibilidade de se emancipar da gestão. Esta constatação pemite focar melhor o lugar e o modo de ação para enfrentar a violência no trabalho.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572012000200005&lng=en&tlng=enmanagementmanagement deviceviolencecall centersBalanced Scorecard
spellingShingle Jean-Luc Metzger
Salvatore Maugeri
Marie Benedetto-Meyer
Predomínio da gestão e violência simbólica
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
management
management device
violence
call centers
Balanced Scorecard
title Predomínio da gestão e violência simbólica
title_full Predomínio da gestão e violência simbólica
title_fullStr Predomínio da gestão e violência simbólica
title_full_unstemmed Predomínio da gestão e violência simbólica
title_short Predomínio da gestão e violência simbólica
title_sort predominio da gestao e violencia simbolica
topic management
management device
violence
call centers
Balanced Scorecard
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572012000200005&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT jeanlucmetzger predominiodagestaoeviolenciasimbolica
AT salvatoremaugeri predominiodagestaoeviolenciasimbolica
AT mariebenedettomeyer predominiodagestaoeviolenciasimbolica