Summary: | A Estética, uma das ciências normativas da filosofia de Peirce, não tem por objeto o Belo, mas o Admirável, como sabem os estudiosos de sua obra. Contudo, não é imediatamente evidente essa distinção, uma vez que Admirabilidade traz em seu interior o predicado da beleza também. Quais, então, seriam as relações entre ambos esses conceitos? Por que a admirabilidade se credenciaria a ser um fim em si mesma da Estética e se constituir no fim último da Ética? Qual a natureza da experiência estética e como ela pode subsidiar a identificação do que seja o Admirável? Partindo da insistência de que há uma rede de conceitos na filosofia de Peirce, da Fenomenologia à sua Metafísica, que fornece um rico vocabulário para se refletir sobre tais questões, esse ensaio busca mostrar que há na natureza epistemológica do pragmaticismo uma eticidade que embora seja necessária não lhe é suficiente, requerendo-se que a Estética forneça os fins das ações que constituem revelação dos conceitos, à luz das categorias peircianas consideradas estruturantes das relações entre mundos interno e externo, tomados sob uma ótica radicalmente realista
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