O colonialismo filtrado pelo olhar

A fotografia e a sua relação com uma almejada verdade histórica tem sido complexa. Olhar para ela como mero documento-fonte, ignorando a sua dimensão subjetiva, não corresponde a uma aproximação à totalidade do seu discurso, denotado e conotado, e da sua retórica. Por conseguinte, olharemos para a f...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Bruno Madeira, Filipa Rodrigues
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Minho 2021-12-01
Series:2i Revista de Estudos de Identidade e Intermedialidade
Subjects:
Online Access:https://revistacomsoc.pt/index.php/2i/article/view/3461
Description
Summary:A fotografia e a sua relação com uma almejada verdade histórica tem sido complexa. Olhar para ela como mero documento-fonte, ignorando a sua dimensão subjetiva, não corresponde a uma aproximação à totalidade do seu discurso, denotado e conotado, e da sua retórica. Por conseguinte, olharemos para a fotografia como processo de construção intencional de verdades, de discursos e de narrativas com objetivos políticos, culturais, sociais e económicos. No fundo, partimos da conceção de que a imagem produzida é sempre fruto das relações de poder existentes na sociedade em que é fixada e à qual se destina. Neste artigo, propomo-nos refletir acerca desta tensão entre a objetividade e a subjetividade da imagem a partir do estudo da fotografia colonial produzida pelos serviços da Diamang. Nela procurando pensar a dicotomia visibilidade-invisibilidade e testando conceitos como os de alteridade, subalternidade e dominação. Avançaremos também com uma proposta de classificação e de leitura da narrativa visual da Diamang, centrando-nos em seis imagens-exemplo.
ISSN:2184-7010