Summary: | Este texto apresenta um ensaio teórico que tem por objetivo problematizar o reggae como um saber afrodiaspórico que pode contribuir para uma descolonização do pensamento. Para desenvolver nossas reflexões, analisamos elementos históricos do processo de constituição e desenvolvimento do reggae. Concluímos que o reggae propõe respostas à colonialidade que visam o reconhecimento e a credibilização de saberes comunitários enraizados na ancestralidade africana. Uma das principais potencialidades decoloniais do reggae está na sua configuração como um saber do cotidiano que conserva a rua como referência não apenas de expressão artística, mas de entretenimento, sociabilidade, pertencimento étnico e ação política. O reggae, neste sentido, apresenta uma ação duplamente decolonial, pois configura a produção de um saber vinculado ao cotidiano que é produzido por corpos que foram subalternizados pelo projeto colonial.
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