Quem detém o interesse nacional? O malogro da cooperação entre a Companhia Industrial de Rochas Betuminosas e a URSS no setor de gás de xisto no Brasil (1959–1973)

Este artigo analisa o malogro da cooperação econômica e técnica entre a Companhia Industrial de Rochas Betuminosas (CIRB) e a União Soviética no setor de gás de xisto. Em 1959, a CIRB assinou um contrato preliminar que previa o fornecimento de equipamento soviético e a montagem de uma usina piloto p...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gianfranco Caterina
Format: Article
Language:English
Published: Cambridge University Press 2023-03-01
Series:Latin American Research Review
Subjects:
Online Access:https://www.cambridge.org/core/product/identifier/S1542427822000979/type/journal_article
Description
Summary:Este artigo analisa o malogro da cooperação econômica e técnica entre a Companhia Industrial de Rochas Betuminosas (CIRB) e a União Soviética no setor de gás de xisto. Em 1959, a CIRB assinou um contrato preliminar que previa o fornecimento de equipamento soviético e a montagem de uma usina piloto para a produção de gás e materiais de construção a partir do xisto do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo (SP). Argumenta-se que a Petrobras, ao defender de maneira contínua a inclusão da lavra e industrialização do xisto no monopólio estatal, teve influência decisiva para que a CIRB não obtivesse o aval governamental para o financiamento soviético. A empresa paulista entraria com pedido de falência em 1973. Utilizando, em sua maior parte, fontes primárias brasileiras, o artigo conclui que a Petrobras temia o impacto que a quebra do monopólio estatal do xisto pudesse ter em seus interesses, os quais considerava basicamente equivalentes ao interesse nacional.
ISSN:1542-4278