Terapêutica subcutânea em cuidados paliativos

Introdução: A pouca divulgação da via subcutânea (SC) em Portugal contraria a sua importância, necessidade e eficácia em situações específicas, nomeadamente em cuidados continuados e paliativos. Esta via é fundamental na administração de fármacos e de soros (hipodermoclise). O conhecimento das su...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Cátia Marques, Gilda Nunes, Tiago Ribeira, Nuno Santos, Rodrigo Silva, Ricardo Teixeira
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2005-11-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
Online Access:https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10186
Description
Summary:Introdução: A pouca divulgação da via subcutânea (SC) em Portugal contraria a sua importância, necessidade e eficácia em situações específicas, nomeadamente em cuidados continuados e paliativos. Esta via é fundamental na administração de fármacos e de soros (hipodermoclise). O conhecimento das suas principais características e da sua relevância é essencial para que os Médicos de Família assumam a responsabilidade dos cuidados aos doentes em fase terminal, até no momento da sua morte. Objectivos: Determinar a taxa de utilização da via SC em Cuidados Paliativos; Caracterizar as patologias, indicações, tipos de terapêutica e complicações associadas ao uso da via SC. Tipo de estudo: Estudo transversal, descritivo. Local: Equipa de Cuidados Continuados, Centro de Saúde de Odivelas. População: Todos os doentes em cuidados paliativos, no período de 1 a 30 de Junho de 2004. Métodos: Os autores fizeram uma revisão de processos clínicos da população de doentes em cuidados paliativos (N=348). As variáveis estudadas foram: uso de terapêutica SC, sexo, idade, patologias e indicações, tipo de terapêutica subcutânea, forma de administração e complicações. Resultados: A proporção de doentes a realizar terapêutica SC foi 3,45%. As principais patologias neste grupo de doentes foram as neoplasias (41,67%) e a doença vascular cerebral (41,67%). A principal indicação foi a agonia (50%). A hipodermoclise foi usada em 41,67% dos doentes e a administração exclusiva de fármacos em 58,33%. A butilescopolamina foi o fármaco mais utilizado (66,67%). Os fármacos foram sempre administrados em bólus e a hipodermoclise sob a forma de infusão contínua. Não foram encontradas complicações. Conclusões: A utilização desta via em cuidados paliativos é baixa, tendo ainda uma dimensão incompatível com os seus benefícios.
ISSN:2182-5181