Summary: | A presente reflexão tem por base o estudo de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na cidade de Cabo Frio (Rio de Janeiro, Brasil). Essa escolha se justifica porque esses bens são referenciais simbólicos relacionados à história local por parte do reconhecimento de uma autarquia do poder público, que tem como responsabilidade a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, cabendo à mesma proteger e promover os bens culturais do país para as gerações do presente e do futuro. O fato de Cabo Frio ser uma cidade estruturada no período colonial e ter um conjunto de bens arquitetônicos e elementos naturais que datam desse período contribuiu para que o IPHAN, uma autarquia federal que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, viesse a tombar, em 1967, por meio do IPHAN, seu conjunto paisagístico, composto por monumentos e espaços públicos. O trabalho discutirá como as políticas de preservação patrimoniais analisadas fazem parte de um projeto de atribuição de valores em que se priorizou a seleção de bens edificados ligados ao pasado colonial, procurando vincular esses fragmentos do passado com o presente, dentro de uma perspectiva de valorização de um discurso nacionalista, entremeado por disputas de memórias em torno dos diversos agentes envolvidos no processo.
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