Mulher, perigosa e mãe

Após a promulgação da Lei 13.257 (2016), cunhada como Marco Legal da Primeira Infância, concebeu-se a possibilidade de conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar para mulheres grávidas ou com filhos de até 12 anos incompletos. Destarte, este artigo teve como objetivo analisar, à luz da Cri...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Renata Monteiro Garcia, Jeferson Trindade Silva Borges, Ana Carolina de Araujo Rocha
Format: Article
Language:English
Published: Rede de Pesquisa Empírica em Direito 2023-06-01
Series:Brazilian Journal of Empirical Legal Studies
Subjects:
Online Access:https://reedrevista.org/reed/article/view/791
_version_ 1827934487690870784
author Renata Monteiro Garcia
Jeferson Trindade Silva Borges
Ana Carolina de Araujo Rocha
author_facet Renata Monteiro Garcia
Jeferson Trindade Silva Borges
Ana Carolina de Araujo Rocha
author_sort Renata Monteiro Garcia
collection DOAJ
description Após a promulgação da Lei 13.257 (2016), cunhada como Marco Legal da Primeira Infância, concebeu-se a possibilidade de conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar para mulheres grávidas ou com filhos de até 12 anos incompletos. Destarte, este artigo teve como objetivo analisar, à luz da Criminologia negra e feminista, de que maneira o Judiciário paraibano tem se pronunciado a respeito da concessão da medida cautelar domiciliar para estas mulheres. Para tanto, a metodologia adotada foi a pesquisa documental, de abordagem qualitativa, sendo analisadas as decisões em sede de habeas corpus da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba entre 2018 e 2019. Foram examinados 57 julgados que negaram o pedido de conversão da preventiva em domiciliar, sendo analisado o discurso jurídico em torno da mulher que teria cometido o delito. Constatou-se que a fundamentação utilizada se assenta, com frequência, em um discurso moral sobre a mulher. Ainda, vislumbra-se que a medida cautelar domiciliar é necessária e importante como política desencarceradora e para a manutenção dos vínculos maternos, mas que se trata de mais uma medida privativa de liberdade. Portanto, entende-se que se deve ter como horizonte uma sociedade em que nenhuma mulher precise estar encarcerada.
first_indexed 2024-03-13T07:39:16Z
format Article
id doaj.art-069232a1748947058ecfff9af2749019
institution Directory Open Access Journal
issn 2319-0817
language English
last_indexed 2024-03-13T07:39:16Z
publishDate 2023-06-01
publisher Rede de Pesquisa Empírica em Direito
record_format Article
series Brazilian Journal of Empirical Legal Studies
spelling doaj.art-069232a1748947058ecfff9af27490192023-06-03T15:41:37ZengRede de Pesquisa Empírica em DireitoBrazilian Journal of Empirical Legal Studies2319-08172023-06-011010.19092/reed.v10.791Mulher, perigosa e mãeRenata Monteiro Garcia0Jeferson Trindade Silva Borges1Ana Carolina de Araujo Rocha2niversidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Aplicadas e Educação, Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas e Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, João Pessoa, PB, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Artes e Comunicação, Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos,  Recife, PE, Brasil.Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Jurídicas, João Pessoa, PB, Brasil. Após a promulgação da Lei 13.257 (2016), cunhada como Marco Legal da Primeira Infância, concebeu-se a possibilidade de conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar para mulheres grávidas ou com filhos de até 12 anos incompletos. Destarte, este artigo teve como objetivo analisar, à luz da Criminologia negra e feminista, de que maneira o Judiciário paraibano tem se pronunciado a respeito da concessão da medida cautelar domiciliar para estas mulheres. Para tanto, a metodologia adotada foi a pesquisa documental, de abordagem qualitativa, sendo analisadas as decisões em sede de habeas corpus da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba entre 2018 e 2019. Foram examinados 57 julgados que negaram o pedido de conversão da preventiva em domiciliar, sendo analisado o discurso jurídico em torno da mulher que teria cometido o delito. Constatou-se que a fundamentação utilizada se assenta, com frequência, em um discurso moral sobre a mulher. Ainda, vislumbra-se que a medida cautelar domiciliar é necessária e importante como política desencarceradora e para a manutenção dos vínculos maternos, mas que se trata de mais uma medida privativa de liberdade. Portanto, entende-se que se deve ter como horizonte uma sociedade em que nenhuma mulher precise estar encarcerada. https://reedrevista.org/reed/article/view/791CriminologiaPrisão PreventivaMaternidadeMarco Legal da Primeira Infância
spellingShingle Renata Monteiro Garcia
Jeferson Trindade Silva Borges
Ana Carolina de Araujo Rocha
Mulher, perigosa e mãe
Brazilian Journal of Empirical Legal Studies
Criminologia
Prisão Preventiva
Maternidade
Marco Legal da Primeira Infância
title Mulher, perigosa e mãe
title_full Mulher, perigosa e mãe
title_fullStr Mulher, perigosa e mãe
title_full_unstemmed Mulher, perigosa e mãe
title_short Mulher, perigosa e mãe
title_sort mulher perigosa e mae
topic Criminologia
Prisão Preventiva
Maternidade
Marco Legal da Primeira Infância
url https://reedrevista.org/reed/article/view/791
work_keys_str_mv AT renatamonteirogarcia mulherperigosaemae
AT jefersontrindadesilvaborges mulherperigosaemae
AT anacarolinadearaujorocha mulherperigosaemae