Tradução e paratexto na literatura árabe clássica

Se, por um lado, as traduções garantem a sobrevida do texto; por outro lado, também o modificam, justificando o empenho científico em recompor fragmentos, definir escolhas, recriar o texto e apresentá-lo à leitura. Neste artigo, o paratexto é examinado a partir do trabalho realizado por Mamede Must...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ronaldo Lima
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 2015-09-01
Series:Revista de Estudos Literários da UEMS - REVELL
Subjects:
Online Access:https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/345
Description
Summary:Se, por um lado, as traduções garantem a sobrevida do texto; por outro lado, também o modificam, justificando o empenho científico em recompor fragmentos, definir escolhas, recriar o texto e apresentá-lo à leitura. Neste artigo, o paratexto é examinado a partir do trabalho realizado por Mamede Mustafa Jarouche (1963) sobre duas obras clássicas da literatura de língua árabe em prosa, a saber: O livro do Tigre e do Raposo de Sahl Bin Harun (830 d.C.) traduzido em 2010 e Kalila e Dimna (séc. VIII d.C.) de Ibn Almuqaffac (724 d.C.) lançado em 2005. Além de oferecer o texto traduzido, Jarouche adota a paratextualidade como procedimento para atribuir sangue novo à obra fenecida (FALEIROS, 2011). Trata-se de prefácios, notas explicativas, alusões, remissões, cujas imbricações com o texto de base abrem espaços discursivos multiculturais. Com efeito, os embrayeurs (JAKOBSON, 1963) são peças fundamentais à compreensão das modulações que operam sobre o ego, o nunc e o hic (eu, agora, aqui) do espaço diegético, a partir dos quais se infere a necessidade de negociação entre as coordenadas que abrigam autores e leitores.
ISSN:2179-4456