As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II

Trata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, fundamentado na teoria construtivista, objetivando caracterizar classes consideradas “difíceis” e “não difíceis”, identificando fatores comuns e/ou divergentes na organização destas e investigar o ambiente sociomoral, no que se refere ao tra...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Adriana de Melo Ramos, Telma Pileggi Vinha
Format: Article
Language:English
Published: Asociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia Adolescencia Mayores y Discapacidad 2014-01-01
Series:INFAD
Subjects:
Online Access:http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/715
_version_ 1797965761138917376
author Adriana de Melo Ramos
Telma Pileggi Vinha
author_facet Adriana de Melo Ramos
Telma Pileggi Vinha
author_sort Adriana de Melo Ramos
collection DOAJ
description Trata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, fundamentado na teoria construtivista, objetivando caracterizar classes consideradas “difíceis” e “não difíceis”, identificando fatores comuns e/ou divergentes na organização destas e investigar o ambiente sociomoral, no que se refere ao trabalho com o conhecimento, as relações interpessoais, as regras e os conflitos sociais. A amostra foi composta por duas classes “difíceis” e duas “não difíceis” de duas escolas do Ensino Fundamental II. Os participantes foram estudantes e respectivas equipes pedagógicas. Os dados foram coletados de três formas: entrevistas com alunos e integrantes da equipe; observações semanais e coleta de materiais A análise qualitativa indicou que em todas as classes investigadas havia uma valorização excessiva das regras convencionais, muitas sem significado, não havendo espaços para a discussão ou criação das normas, que normalmente eram impostas pela autoridade objetivando impedir que os conflitos ocorressem, sendo que seu descumprimento estava associado às sanções expiatórias. Os conflitos eram vistos como negativos, sendo evitados e contidos. As aulas eram desprovidas de significado, organizadas sempre iguais, favorecendo situações de indisciplina. Nas classes “difíceis” o diálogo era desrespeitoso e hostil por ambas as partes: tanto professores como os alunos mantinham uma relação de enfrentamento constante, havia inúmeras situações de incivilidades. Os professores reconheciam a dificuldade em lidar com as turmas. Os alunos resistiam mais à obedecer as regras e às orientações dos professores, sendo também mais questionadores. Nas classes “não difíceis” havia maior obediência e submissão, o diálogo era menos desrespeitoso, os alunos se submetiam mais às regras impostas, tentando corresponder às expectativas dos docentes. A relação entre pares também influenciou no ambiente de cada tipo de classe, assim como o desempenho acadêmico dos alunos. Espera-se desencadear questionamentos que possam servir de desafio, para uma mudança no pensamento dos educadores, visando um ambiente sociomoral mais cooperativo e crítico.
first_indexed 2024-04-11T02:04:29Z
format Article
id doaj.art-62a8867fb6c04a8286d21d4543091f07
institution Directory Open Access Journal
issn 0214-9877
2603-5987
language English
last_indexed 2024-04-11T02:04:29Z
publishDate 2014-01-01
publisher Asociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia Adolescencia Mayores y Discapacidad
record_format Article
series INFAD
spelling doaj.art-62a8867fb6c04a8286d21d4543091f072023-01-03T03:24:29ZengAsociación Nacional de Psicología Evolutiva y Educativa de la Infancia Adolescencia Mayores y DiscapacidadINFAD0214-98772603-59872014-01-0161394610.17060/ijodaep.2014.n1.v6.715601As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental IIAdriana de Melo Ramos0Telma Pileggi Vinha1UNICAMPUNICAMPTrata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, fundamentado na teoria construtivista, objetivando caracterizar classes consideradas “difíceis” e “não difíceis”, identificando fatores comuns e/ou divergentes na organização destas e investigar o ambiente sociomoral, no que se refere ao trabalho com o conhecimento, as relações interpessoais, as regras e os conflitos sociais. A amostra foi composta por duas classes “difíceis” e duas “não difíceis” de duas escolas do Ensino Fundamental II. Os participantes foram estudantes e respectivas equipes pedagógicas. Os dados foram coletados de três formas: entrevistas com alunos e integrantes da equipe; observações semanais e coleta de materiais A análise qualitativa indicou que em todas as classes investigadas havia uma valorização excessiva das regras convencionais, muitas sem significado, não havendo espaços para a discussão ou criação das normas, que normalmente eram impostas pela autoridade objetivando impedir que os conflitos ocorressem, sendo que seu descumprimento estava associado às sanções expiatórias. Os conflitos eram vistos como negativos, sendo evitados e contidos. As aulas eram desprovidas de significado, organizadas sempre iguais, favorecendo situações de indisciplina. Nas classes “difíceis” o diálogo era desrespeitoso e hostil por ambas as partes: tanto professores como os alunos mantinham uma relação de enfrentamento constante, havia inúmeras situações de incivilidades. Os professores reconheciam a dificuldade em lidar com as turmas. Os alunos resistiam mais à obedecer as regras e às orientações dos professores, sendo também mais questionadores. Nas classes “não difíceis” havia maior obediência e submissão, o diálogo era menos desrespeitoso, os alunos se submetiam mais às regras impostas, tentando corresponder às expectativas dos docentes. A relação entre pares também influenciou no ambiente de cada tipo de classe, assim como o desempenho acadêmico dos alunos. Espera-se desencadear questionamentos que possam servir de desafio, para uma mudança no pensamento dos educadores, visando um ambiente sociomoral mais cooperativo e crítico.http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/715classes difíceisindisciplinaconflitos interpessoaisescolaeducação moral
spellingShingle Adriana de Melo Ramos
Telma Pileggi Vinha
As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
INFAD
classes difíceis
indisciplina
conflitos interpessoais
escola
educação moral
title As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
title_full As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
title_fullStr As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
title_full_unstemmed As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
title_short As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do ensino fundamental II
title_sort as relacoes interpessoais em classes dificeis e nao dificeis do ensino fundamental ii
topic classes difíceis
indisciplina
conflitos interpessoais
escola
educação moral
url http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/715
work_keys_str_mv AT adrianademeloramos asrelacoesinterpessoaisemclassesdificeisenaodificeisdoensinofundamentalii
AT telmapileggivinha asrelacoesinterpessoaisemclassesdificeisenaodificeisdoensinofundamentalii